terça-feira, 17 de abril de 2007

Avaliação Clio 1.6 Hi-Flex

Clio 1.6 Hi-Flex, o foguetinho da Renault
Segundo carro da Renault lançado no Brasil, o Clio já passou por duas reestilizações, e é o modelo com mais versões disponíveis no mercado
Texto: Edison Ragassi
Fotos: Valeria Matias/ Paulo Gouvêa
Instalado pela Renault do Brasil em São José dos Pinhais (PR), o Complexo Industrial Ayrton Senna iniciou atividades em 1.999.
Os primeiros modelos fabricados pela empresa foram os sucessos mundiais em vendas, a minivan Scénic e o compacto Clio equipado com motor 1.0 e 1.6 movido a gasolina. Em setembro do ano seguinte, a família cresceu, pois entrou em linha de produção a versão sedã.
Durante estes oito anos de existência em terras brasileiras, o Clio ganhou o status de carro com o maior número de versões do mercado, 13 no total e passou por duas reestilizações, as quais aconteceram em 2003 e 2005.
Só com motorização 1.0, a Renault oferece 10 opções nos acabamentos Authentique, Expression e Privilége (duas ou quatro portas). Também é a única montadora que dispõe de propulsores com 8 e 16 válvulas. As demais só vendem modelos 1 litro sem comando duplo.
O departamento de marketing usou soluções criativas para divulgar, e alavancar vendas, ao associar o carro às marcas: O Boticário (voltado ao público feminino), Yahoo! e Jovem Pan (público jovem).
Outra importante modificação aconteceu em novembro de 2004, quando a empresa lançou o motor 1.6 16v bicombustível, chamado Hi-Flex. Diferente das concorrentes que compram o sistema de fornecedores como Delphi, Bosch e Magneti Marelli, a Renault optou por desenvolver tecnologia própria. O propulsor chega a 110 cv ao usar gasolina e 115 cv abastecido com álcool. Isso deixou o compacto ideal para quem gosta de um carro esportivo e rápido.
Este motor é o mesmo usado na Scénic, só que a minivan pesa 1.250 kg, e o Clio 1.005 kg.
Estes 245 kg a menos fazem com que o compacto empurrado pelo 1.6 Hi-Flex tenha performance invejável. Responde prontamente quando exigido para realizar uma ultrapassagem, mantém velocidade constante em uma rodovia, até quando encara uma subida.
A relação de trocas das marchas é curta, engates precisos. Ao trafegar por ruas e avenidas, a velocidade média de 60 km/h, é mantida em quarta marcha, com o motor a 2.500 rpm.
O sistema de suspensão, aliado aos pneus 185/60 R 14 e rodas de liga leve, oferece estabilidade nas curvas, e conforto ao passar por lombadas e imperfeições no asfalto.
As manobras de estacionamento, também são simples, graças ao bom ângulo de esterçamento proporcionado pelo conjunto de direção.
No primeiro contato, o motorista estranha ao orientar-se pelo retrovisor interno. Isso porque o vidro traseiro tem na parte superior uma curva, e dá a impressão de que o veículo que vem atrás achatou, mas isso não compromete a visibilidade.
Por tratar-se de um compacto, não espere muito do porta-malas, os bancos bipartidos permitem ao usuário mudar a configuração e carregar 255 litros quando todos os assentos estão armados, quantidade que pode ser ampliada até 596 litros ao serem rebatidos.
O acabamento interno é bem resolvido, a versão Privilège (topo de linha) do modelo 2006 tem novo desenho dos revestimentos internos das portas. Os comandos de acionamento dos vidros elétricos dianteiros foram instalados acima dos alto-falantes, próximo à alavanca de abertura interna da porta. Essa alteração foi feita por solicitação de clientes, já que instalado no console central dificultava o manuseio.
Os designers da marca desenharam três grafismos diferentes para os mostradores de conta-giros, velocidade, nível de combustível e temperatura da água. Mescla branco com tons de cinza e ponteiros na cor vermelha.
Outra novidade incorporada nesta última reestilização foi o volante de três raios, igual ao utilizado pela Renault no Clio comercializado na Europa, para as versões equipadas com air bag.
Usuário satisfeito
A configuração esportiva do Clio Hatch atrai compradores como o cirurgião dentista Danilo Voltan. Ele adquiriu o carro em março de 2005, mas antes procurou carros de outras marcas. “Eu tinha um Mégane, e queria um carro flex, após estudar e analisar as opções resolvi continuar com a Renault”, lembra ele.
“O Clio tem boa potência e excelente dirigibilidade”, elogia Voltan. Sua família mora no interior e ele em São Paulo. Isso faz com que use o carro nas congestionadas ruas e avenidas da cidade, e nos trajetos em rodovias.
No total, o hodômetro de seu Clio mostra 44.000 km rodados, “apesar do uso constante, não apareceram problemas, só fiz as manutenções recomendadas no manual”, afirma.
O interessado em adquirir o Clio 1.6 Hi-Flex encontra nas concessionárias da marca as versões quatro portas Expression (preço sugerido R$ 40.310) e Privilège (preço sugerido R$ 44.490), igual a avaliada no Auto Agora.
Já o equipado com motor 1.0, pode ser escolhido nas configurações de duas ou quatro portas (Authentique, Expression), a Privilège só com quatro portas. O preço inicial é de R$ 29.390.
Ficha Técnica
Motor: K4M Hi-Flex,
Cilindros: 4 em linha, 16 válvulas
Cilindrada: 1.598 cm³
Taxa de compressão: 10:1
Potência máxima: 110 cv (gasolina)/ 115 cv (álcool) ambos a 5.750 rpm
Torque máximo: 15,2 mkgf (gasolina)/16,0 mkgf (álcool) ambos a 3.750 rpm
Alimentação: Injeção Eletrônica Multiponto Seqüencial
Transmissão: Câmbio mecânico, 5 velocidade e marcha a ré
Suspensão
Dianteira: McPherson, com triângulo inferior, amortecedores hidráulicos telescópicos com molas helicoidais e barra estabilizadora
Traseira: Rodas semi-independentes, molas helicoidais e amortecedores hidráulicos telescópicos verticais com barra estabilizadora
Freios
Dianteiros: Duplo circuito em “X”, discos ventilados dianteiros, com 259 mm de diâmetro, Traseiros: Tambores, com 203 mm de diâmetro
Direção: Hidráulica, diâmetro giro 10,3 m
Rodas: Liga leve (Privilège)
Pneus: 185/60 R14 (Privilège)
Dimensões
Distância entre eixos: 2.472 mm
Comprimento: 3.818 mm
Largura total: 1.940 mm
Altura: 1.417 mm
Peso em ordem de marcha: 1.005 kg
Porta-malas: 255 min / 596 máx.
Tanque de combustível: 50 litros

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