segunda-feira, 3 de novembro de 2008

GP do Brasil: Um alemão dá, o outro alemão tira

O que parecia impossível, Massa ser o campeão da temporada, quase aconteceu graças ao alemão Sebastian Vettel, mas um outro alemão, Timo Glock, devolveu o campeonato à Hamilton

Para os fãs da Fórmula 1, as emoções do GP Brasil começaram nos treinos livres da sexta-feira. Isso porque Ferrari e McLaren promoveram uma guerra de nervos. Uma não queria mostrar para a outra o verdadeiro potencial do carro e ainda faziam questão de andar na frente para baixar o moral do adversário. Aí Felipe Massa (Ferrari) levou a melhor, pois ficou na frente de Lewis Hamilton (McLaren) nos dois ensaios.

A primeira batalha foi vencida no sábado. Massa, de maneira espetacular conquistou a pole, enquanto que Hamilton fez o quarto tempo. Até aí tudo bem, pois se terminasse assim, o inglesinho abusado seria o campeão. O gozador São Pedro, como fez em outras oportunidades decisivas, resolveu colocar um pouco de água nas pretensões dos dois times, e mandou chuva, justo na hora da largada. Mas não foi aqueeela chuva, serviu só pra molhar um pouco a pista, e obrigar todo mundo a trocar pneus, e bagunçar as estratégias pré-estabelecidas.
Isso animou os mais de 70 mil torcedores que foram a Interlagos, pois todos esperavam uma derrapada de Hamilton, ou um erro bobo, como aconteceu no ano passado. Dada a largada, Massa disparou na frente. O Lewis manteve sua posição, enquanto que o piloto da Red Bull, David Coulthard, o qual fazia a última corrida da carreira, rodou, tocou na Williams de Kazuki Nakajima, abandonou e provocou a entrada do safty car. Outro que abandonou logo na largada foi Nelsinho Piquet. O brasileiro da Renault rodou sozinho e bateu.

Daí para frente quem deu show foi o alemão Sebastian Vettel (Toro Rosso). Ele pressionou Massa enquanto pode, perdeu posições nas paradas, mas voltava a andar rápido e incomodar os lideres. No final, faltando cinco voltas para encerrar, o Santo que comanda as chuvas, voltou a brincar, e veio mais água para a pista. Felipe, Alonso, Raikkonen, Hamilton e Vettel não arriscaram e trocaram pneus.
O excesso de zelo do inglês da Mclaren o deixou a mercê do rápido alemão Vettel, que conseguiu ultrapassá-lo a duas voltas do final. Este resultado daria o titulo a Massa, mas desta vez os deuses da F 1 privilegiaram Hamilton.
Faltando 500 metros para o final da prova, o quarto colocado, o alemão Timo Glock (Toyota), que não tinha trocado os pneus não resistiu aos ataques de Vettel e Hamilton. Os dois passaram e o menino que foi bonzinho o ano inteiro sagrou-se Campeão da temporada 2008, com apenas 1 ponto a mais que Felipe Massa.
O brasileiro venceu em casa, chorou e agradeceu a todos os envolvidos, inclusive a torcida, a qual o aplaudiu, e gritou como se Massa fosse o campeão.

E realmente foi. Aquilo que normalmente não é valorizado, mas deve fazer com que Massa seja respeitado dentro do time, Felipe foi o campeão moral.
A maneira grandiosa como perdeu o título, deve fazer com que os dirigentes Ferrari vejam o brasileiro com outros olhos, ou seja, com olhar de quem pode vencer.
Sei que é repetitivo, mas não tenho outra maneira de escrever, ‘deixando o patriotismo de lado’, o título ficou em boas mãos. Hamilton mereceu, o campeonato ficou com um piloto que estreou o ano passado, e tem tudo para ser gênio. E é disso que o esporte precisa.
A injustiça fica com a Ferrari por ganhar o Mundial de construtores. Pelos erros que cometeu na temporada, não merecia este título.
No mais, não foi desta vez que a torcida tupiniquim comemorou em casa um Mundial brasileiro, mas saiu de Interlagos com a certeza de ter assistido a corrida mais emocionante dos últimos 10 anos!
Rapidinhas
A cabeça continua erguida
Felipe Massa não conseguiu disfarçar a decepção, até chorou antes de sair do carro, mas na entrevista coletiva exaltou o trabalho realizado durante o ano. "Estou muito orgulhoso pela corrida que fiz, pela equipe que trabalho, pela minha família. É mais do que eu esperava. Isso é parte de nossa experiência, da nossa vida, podemos voltar para disputar o título, esse é mais um dia importante, saio da pista com a cabeça erguida", afirmou.
15 minutos de fama
Em uma temporada onde marcou apenas 25 pontos, o alemão Timo Glock virou protagonista do GP do Brasil, pois quase deu o título a Massa. "Perdi o controle do carro na curva porque não parei nos boxes. O carro estava incontrolável e suportei até onde deu. Estava muito instável e não consegui me manter na pista", afirmou. O piloto da Toyota era quarto colocado faltando menos de 500 metros para terminar a corrida, quando foi ultrapassado por Vettel e Hamilton, resultado que devolveu o título ao inglês. Será o fim?
Tudo indica que o GP do Brasil foi a última corrida da carreira do piloto Rubens Barrichello na F 1. A Honda não quer renovar seu contrato e a Toro Rosso está leiloando sua vaga. Quem tiver mais patrocínio leva o lugar. Após 16 anos na categoria máxima do automobilismo e dois vice campeonatos, ele fala que está disposto até a trabalhar como garoto propaganda. "Estou preparado para ir a busca de patrocínio. Se eu tiver que trabalhar mais porque vai ter que fazer mais comercial e essa coisa toda para arrumar o dinheiro e depois correr o ano que vem, eu faço", afirmou Rubinho a agência Reuters.

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